Se pensarmos repetidamente em um evento totalmente fictício, quase a metade de nós aceitará este evento como parte real da própria vida. Isso foi o que mostrou uma mega-análise de 8 estudos nos quais os cientistas sugeriram memórias falsas aos voluntários e, após repetição, muitos desses voluntários passaram a acreditar nesses eventos. Os falsos eventos eram, em sua maioria, associados a memórias muito antigas como: ir a um determinado passeio quando criança, fazer brincadeiras com o professor, participar de algum evento importante da família.
Se mais da metade dos indivíduos testados criam falsas memórias deve ser muito difícil de determinar se o que uma pessoa lembra é verdade ou não. Esses achados têm altíssimo impacto em diferentes áreas como casos criminais antigos e terapias psicológicas. Como acreditar em um passado recheado de falsas memórias?
O maior dos impactos foi em mim. Tenho certeza que lembro do dia em que meu irmão chegou em casa da maternidade. Eu tinha 3 anos. Meu irmão, já mais velho, sempre dizia que eu lembrava só porque meus pais me contavam aquela história… Sempre achei que ele estava errado. É Daniel, talvez você esteja certo mas eu ainda prefiro guardar aquela linda memória como real! 😉
Se você gostou desse tópico, deixe um comentário sugerindo o que gostaria de saber mais. Aí eu preparo um post especial para você!
REFERÊNCIA:
Alan Scoboria, Kimberley A. Wade, D. Stephen Lindsay, Tanjeem Azad, Deryn Strange, James Ost, Ira E. Hyman. A mega-analysis of memory reports from eight peer-reviewed false memory implantation studies. Memory, 2016; 1 DOI: 10.1080/09658211.2016.1260747